Diálogos com São Tomás de Aquino – Criação e queda dos anjos

17-10-2011 08:28

 DA CRIAÇÃO DOS ANJOS

-   Criou Deus imediatamente a todos os anjos?

-   Sim, Senhor; porque todos são espíritos puros, e não podiam de outro modo vir à existência (LXI,1).

-   Quando foram criados?

-   No princípio dos tempos e no mesmo instante que os elementos do mundo material (LXI,3).

-   Foram criados os anjos nalgum lugar corpóreo?

-   Sim, Senhor; porque assim convinha aos desígnios da divina Providência.

-   Como chamamos o lugar em que foram criados?

-   Chamamo-lo ordinariamente céu e também céu empíreo (LXI,4).

-   Que coisa é o céu empíreo?

-   Um lugar ameníssimo, pleno de luz e resplendor, resumo e compêndio das maiores delícias do mundo corporal (Ibid).

-   O céu empíreo é o mesmo que o céu bem-aventurados, ou simplesmente céu?

-   Sim, Senhor (Ibid).

DA TENTAÇÃO DOS ANJOS

-   Em que estado foram creidos os anjos?

-   No estado de graça (LXII,3).

- Que entendei quando afirmais que foram criados em estado de graça?

-   Que no primeiro instante da sua criação, receberam, conjuntamente com a natureza, a graça santificante que os fazia filhos adotivos de Deus e, por seu mérito, podiam alcançar a glória eterna (LXII,1,2,3).

-   Foi necessário que os anjos merecessem a glória por virtude de algum ato livre?

-   Sim, Senhor (LXII,4).

-   Em que consistiu aquele ato de seu livre alvedrio?

-   Em seguir o movimento da graça que os inclinava a submeter-se a Deus por inteiro, para receberem Dele com acatamento e ação de graças, o dom da glória que lhes havia prometido (Ibid).

-   Necessitaram muito tempo para escolher, debaixo do influxo da graça, a submissão ou a rebeldia?

-   Um só instante.

-   Feita a devida escolha, foram imediatamente admitidos ao gozo da Bem-aventurança?

-   Sim, Senhor (LXII,5).

 

QUEDA DOS ANJOS

-   Permaneceram fiéis todos os anjos na prova meritória, a que Deus os submeteu?

-   Não, Senhor (LXIII,2,3).

-   Por que recusaram alguns submeter-se a Deus?

-   Por sentimento de orgulho, por quererem ser como Deus e gozar a felicidade, independentemente das divinas disposições (LXIII,2,3).

-   Este ato de soberba foi pecado grave?

-   Foi tão grande que provocou imediatamente a ira divina.

-   E Deus, justamente indignado, que fez para castigá-los?

-   Precipitou-os no inferno para que ali padeçam tormentos eternos (LXIV,4).

-   Que nome têm os anjos rebeldes e condenados ao inferno?

-   Chamam-se demônios (LXIII,4).